Este blog já ultrapassou, em postagens, a minha idade em anos e eu estou num impasse. Eu sempre chego a este tipo de impasses, pois, por mais que assuma compromissos comigo e com os outros, a minha natureza não aceita bem esquizofrenias e eu só consigo ser inteira em cada coisa e não só uma parte de mim e do que eu sou, para guardar sovinamente a outra (ou as outras) parte para uma melhor ocasião.
Com este blog acontece o mesmo. Melhor dizendo, este era para ser a parte pública e o outro, a casa da árvore, o interior, o quartinho dos fundos da minha boate onde só entrariam os VIP para beber scotch 12 anos ou fumar o melhor fumo. Como eu não fumo coisa alguma e me satisfaço com Johny Walker 8 anos, dividi-o com todos os que passam e cujo olhar, ainda que virtual, me parece límpido e do bem, ou louco e intrigante. E eu dificilmente me engano com os olhares.
Assim, hoje vou ser íntima e pessoal, pois é difícil ser outra coisa o tempo todo. Claro, estou aprendendo que em determinadas ocasiões, em certos espaços e com específicas pessoas, é preciso ser sempre menos, só uma parte e nunca, nunca, nunca ser o que se é, sob o risco de dar com os burros n'água e sair de nariz esmurrado, joelhos feridos e dente quebrado, sobretudo se não se sabe pôr as mãozinhas na frente quando se cai. Isso é outra coisa que eu nunca aprendi, apesar dos aniversários, pôr as mãos na frente. Mas ainda não desisti. Só que sou má aluna, talvez esse seja o problema.
Fui boa aluna na escola, no colégio, na faculdade. Fui ótima aluna no mestrado e no doutorado. Mas, na vida, sou má aluna: indisciplinada, cheia de vontades e com péssimos hábitos como os de me apaixonar por muitas coisas e por algumas pessoas. Depois que a paixão se instala, eu faço qualquer coisa para prolongar a experiência, mas todos sabemos que as exposições acabam, que as pessoas desaparecem, morrem, se mudam e que no fim daquele maravilhoso espetáculo do Gades a cortina sempre se fecha definitivamente e é hora de levantar da cadeira, encontrar um transporte e seguir para casa.
Estou começando a me exercitar na arte de encontrar o transporte certo e escolher o caminho mais curto e seguro para casa. Mas a vida é tão mais interessante do que isso (quase) o tempo todo...
Com este blog acontece o mesmo. Melhor dizendo, este era para ser a parte pública e o outro, a casa da árvore, o interior, o quartinho dos fundos da minha boate onde só entrariam os VIP para beber scotch 12 anos ou fumar o melhor fumo. Como eu não fumo coisa alguma e me satisfaço com Johny Walker 8 anos, dividi-o com todos os que passam e cujo olhar, ainda que virtual, me parece límpido e do bem, ou louco e intrigante. E eu dificilmente me engano com os olhares.
Assim, hoje vou ser íntima e pessoal, pois é difícil ser outra coisa o tempo todo. Claro, estou aprendendo que em determinadas ocasiões, em certos espaços e com específicas pessoas, é preciso ser sempre menos, só uma parte e nunca, nunca, nunca ser o que se é, sob o risco de dar com os burros n'água e sair de nariz esmurrado, joelhos feridos e dente quebrado, sobretudo se não se sabe pôr as mãozinhas na frente quando se cai. Isso é outra coisa que eu nunca aprendi, apesar dos aniversários, pôr as mãos na frente. Mas ainda não desisti. Só que sou má aluna, talvez esse seja o problema.
Fui boa aluna na escola, no colégio, na faculdade. Fui ótima aluna no mestrado e no doutorado. Mas, na vida, sou má aluna: indisciplinada, cheia de vontades e com péssimos hábitos como os de me apaixonar por muitas coisas e por algumas pessoas. Depois que a paixão se instala, eu faço qualquer coisa para prolongar a experiência, mas todos sabemos que as exposições acabam, que as pessoas desaparecem, morrem, se mudam e que no fim daquele maravilhoso espetáculo do Gades a cortina sempre se fecha definitivamente e é hora de levantar da cadeira, encontrar um transporte e seguir para casa.
Estou começando a me exercitar na arte de encontrar o transporte certo e escolher o caminho mais curto e seguro para casa. Mas a vida é tão mais interessante do que isso (quase) o tempo todo...
13 comentários:
Lòri:
O interessante não é o caminho mais curto e/ou o mais seguro;
O interessante é um novo caminho, a cada dia, mesmo a cada momento - ou se perde o sentido, a graça. (retiro essa imagem de um livro da juventude, que se instalou em minh'alma: o velho Zorba, o Grego, de Nikos Kazantizakis. Curiosamente não vi o filme. Não vi porque não quis, achei que estragaria a bela leitura... Há livros infilmáveis existe tal palavra, "infilmável"?)
bjs
nunca sabemos qual é o caminho certo, por muitas estradas e carreiros que tenhamos percorrido...
e depois somos curiosos, gostamos de descobrir, é uma das essências da vida...
beijos Lóri e continua a mudar de transporte, se te apetecer olhar vistas...
Lori,me reportei a uma fenix resoluta, perseverante, virtuosa,perspicaz, inteligente...
Bjs brasilienses
Saudade de vc e dos nossos passos. Paz e bem.
Beijos daqui.
...as Veredas -ou os muitos caminhos possíveis - formam uma intrincada rede. Porém, em cada curva do caminho, estão os signos, os simbolos (lembras do "Caminho do Peabirú", cujas "pistas" no mais das vezes encontram-se no brilho do olhar do outro... Assim prosseguimos, na quase sempre inglória tarefa de decifradores...
bjs
Ah, Joca, quem me dera vislumbrar os caminhos de Peabirú... Sabedoria não é pra quem quer, nem mesmo se vc desejar muito. Provavelmente vou gastar toda a minha vida aprendendo a ser sábia, e quando descobrir já não vai servir pra nada.
Mas ainda assim é bom te ler, moço sábio do Sertão.
E eu não li, nem vi, "Zorba, o grego". COm certeza o LA tem cmentários sobre a obra.
Bjs,
E ai de mim por separar verbo de complemento! Mas aqui tou protegida pelo anonimato e pelo olhar dos amigos.
Lóri:
Os "caminhos do Peabirú" são muito interessante em nossa Mitologia, pois demarcam um universo muito particular, específico, inviável aos incréus, pois afronta a lógica; refiro-me a lógica cartesiana nos conceitos de História;
Por exemplo: se sabe e muito se discute que a descoberta colombiana da América trata-se na verdade de um "encobrimento", pois a Descoberta já ocorrera antes. A propósito: estou lendo um romance do paraguaio (excelente!) Augusto Roa Bastos - A Vigiia do Almirante (Colombo) - que trata disso. Assim, a identidade verdadeira da América foi jogada num limbo, aparentemente para nunca mais vir à tona, e a "descoberta" foi na verdade uma empresa, um projeto econômico (burguês? Uma emprêsa?).
O Caminho do Peabirú (de que de fato existiu/existe) seria, assim, uma senha secreta para que a verdade, nossa alma incólume, algum dia, alhures, viesse à tona....
O LA é uma importancia referencia cinematográfica para mim, semprecorro a ele;
Agora já penso em assistir ao Zorba cinematográfico, até mesmo como uma homenagem ao fabuloso Antony Quinn...
enfim, o foco central é esse; o "novo" caminho é sempre possível
Tenho de você uma imagem de uma sábia; daí lembrei do sabiá:
"Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder"
A propósito: você sabia que o sabiá sabia assobiar?
Beijos
Lóri, só te posso dizer que o cerco está se fechando. Pra mim e pelo que vejo, pra ti também.
E estes versos que leio acima ( do Sabiá) cabe ainda
"Fiz de tudo e nada
De te esquecer"
"Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá"
e sempre será...
Cara Lóri
Com mais ou menos arranhões no nariz andamos todos à procura de um caminho que nos conduza "por sendas direitas" e nos leve a bom porto!
Abraço
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