segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Fallait-il que l'on s'aime, et qu'on aime la vie


Fui a um concerto. Ou a um show, como queiram, daí ou daqui. Tinha Gilberto Gil, insosso e de menor expressão. Mas tinha Lenine, vibrante e cheio de tesão. (oopsss! É que saiu, rimava tão bem, não só na letra mas também na atração). E tinha o Aznavour, idem idem como o Lenine, com a diferença que ele tem mais uns quarenta anos que este último. O francês, armênio de nascença, magrinho, grisalho e com uma energia e entusiasmo de fazerem inveja aos meus cabelos pintados e ao meu DNA quarentão.


Foi o lançamento oficial do França.br, Ano da França no Brasil. Mas teve gente do meu lado que disse que, na verdade, os franceses estão mesmo interessados em vender armas e submarinos ao Brasil, para enfrentar o Chavéz. Alguém pode me explicar? É que fiquei matutando no fato de que o Brasil tem fronteira terrestre com a Venezuela e, a julgar pelo noticiário, o Lula e o psicótico presidente amigo do Evo, estão mais para bater uma pelada aos domingos do que para jogar batalha naval.

O jovem avançado na idade brasileiro cantou essa aí de baixo. E o idoso vendendo energia e jovialidade francês cantou a outra e várias mais. E essa letra cai tão bem na saison!


A gente vem do rap e da favela,
A gente vem do centro e da periferia,
A gente vem da maré, da palafita,
Vem dos orixás da Bahia,
A gente traz o desejo de alegria e de paz ...
Lenine

L’Année du Brésil en France, Brésil Brésils, en 2005, a connu un vif succès et permis de mesurer l’intérêt grandissant que le Brésil, puissance émergente, suscite en France. Désireux de poursuivre et d’approfondir les partenariats noués à cette occasion, les deux Présidents de la République ont décidé d’organiser un grand événement retour, une Année de la France au Brésil, França.br 2009


Le temps
Le temps qui va

Le temps qui sommeille

Le temps sans joie

Le temps des merveilles

Le temps d'un jour

Temps d'une seconde

Le temps qui court

Et celui qui gronde


Le temps, le temps

Le temps et rien d'autre

Le tien, le mien

Celui qu'on veut nôtre


Le temps passé

Celui qui va naître

Le temps d'aimer

Et de disparaître

Le temps des pleurs

Le temps de la chance

Le temps qui meurt

Le temps des vacances


Le temps, le temps

Le temps et rien d'autre

Le tien, le mien

Celui qu'on veut nôtre


Le temps glorieux

Le temps d'avant-guerre

Le temps des jeux

Le temps des affaires

Le temps joyeux

Le temps des mensonges

Le temps frileux

Et le temps des songes


Le temps des crues

Le temps des folies

Le temps perdu

Le temps de la vie

Le temps qui vient

Jamais ne s'arrete

Et je sais bien

Que la vie est faite


Du temps des uns

Et du temps des autres

Le tien, le mien

Peut devenir nôtre


Le temps, le temps, le temps
Charles Aznavour

domingo, 7 de dezembro de 2008

Ainda o amor...

...or what some use to call love.

Já que a Telma mencionou. Eu estou aqui matutando sobre a correlação que ela fez entre "Vicky Cristina Barcelona" e este poema. Por via das dúvidas, segue o poema que eu conheço bem e já tinha até esquecido. Vou buscar os meus livre de poche do Prévert pra ver a vida sob outro ângulo.


Pour toi mon amour







Je suis allé au marché aux oiseaux
Et j'ai acheté des oiseaux
Pour toi
Mon amour
Je suis allé au marché aux fleurs
Et j'ai acheté des fleurs
Pour toi
Mon amour
Je suis allé au marché à la ferraille
Et j'ai acheté des chaînes
De lourdes chaînes
Pour toi
Mon amour
Et je suis allé au marché aux esclaves
Et je t'ai cherchée
Mais je ne t'ai pas trouvée
Mon amour

Jacques Prevert

sábado, 6 de dezembro de 2008

Sinterklaas


Hoje, 6 de dezembro, é dia do Nicolau, ou o outro nome do Papai Noel. Pois é, essa história de que ele chega na noite de 24 é pura conveniência para pais e comerciantes que, desse modo, têm quase o mês de Dezembro inteiro para vender e comprar bugigangas e afins de uma variedade quase ilimitada de formas e preços. A tradição vem da Europa do Norte, ou Central, ou de Espanha. Ou, acreditem vocês de onde quiserem.

A primeira vez que ouvi falar deste dia, foi anos atrás, na minha aula de alemão. Tinha uma professora jovem e divertida, de Munique, que levou chocolate pra nós, todos maiores de 18, e contou a história da tradição da terra dela. A coisa deve ter me impressionado tão bem que eu nunca me esqueci. E hoje, ao ver a data no relógio do computador, deu vontade de pensar em o que eu pediria ao bom velhinho se pudesse acreditar. Vamos lá.

Para o Nordeste do Brasil, eu pediria chuva em abundância, mas apenas o suficiente pra fazer o chão gretado se transformar num jardim verde e espalhar o cheiro de terra molhada pela vizinhança, e trazer brilho ao olhar e conforto aos viventes.

Para Santa Catarina, eu pediria um milagre completo, muito completo mesmo. A cada novo dia, surge uma nova modalidade de desgraça consequência das inundações recentes. Portanto, só mesmo um milagre dos bons e abrangente. O resto já estão fazendo os voluntários e a solidariedade inata dos seres humanos.

Para o meu vizinho, eu pediria tolerância com meu barulho de saltos no assoalho de manhã, com a água que pinga quando eu rego os vasos da varanda, com o vazamento que pode acontecer a qualquer hora, além disso, pediria um sorriso quando eu passar por ele/ela na garagem e solidariedade quando eu esquecer o controle da garagem.

Para a minha família, eu pediria o amor incondicional de sempre, a comida fresquinha que sai infalivelmente das panelas da minha mãe, o abraço do meu pai em caso de cano estourado, batida de carro, ou crise profissional.

Para os meus amigos, eu pediria carona à meia-noite em dia de chuva, viagens divertidas e inesperadas, socorro em caso de desespero ou de abandono repentino, e tempo para uma caipirinha em fim de tarde, nem que seja uma vez por ano.

Para o meu coração eu pediria abraços, gargalhadas, música alta, música lenta, música suave conforme o dia.

Para a minha alma eu pediria luz e paciência com a inquilina.

E você, vai pedir o quê?