Alguém já ouviu falar do Odéon? Não em Paris, mas ali, na ponta do conjunto arquitetônico de uma das avenidas mais emblemáticas de São Sebastião do Rio de Janeiro, no quarteirão que se chamava e ainda se chama Cinelândia. Como se fosse possível fazer durar a época áurea das primeiras casas de exibição da sétima arte em uma cidade que já foi revirada de ponta-a-cabeça, por políticos, pivetes, poetas, cantores, compositores, e até por eles, os arquitetos e os cineastas, porque não?... ah, sim, realizadores, é o nome certo do outro lado do mar.
Pois é, aí, os políticos, empurrados pelos pivetes e sem ouvir os poetas foram trazendo transformações. Fizeram os engenheiros (não sei se com ou sem autorização dos arquitetos) darem cabo do Palácio Monroe, colocarem no lugar um chafariz de ferro fundido, com a desculpa de que era preciso para o metropolitano passar, no início da década de oitenta.
Depois, com as obras do metro e com a degradação da vida das pessoas, e até talvez por causa do desemprego galopante causado pela "computadorização" dos bancos e outros serviços, os pivetes e contraventores, tomaram conta do espaço da "terra do cinema" em frente à Baía de Guanabara. Consequência (viram que aboli o trema?): os cinemas da cinelândia foram ficando desertos e seus donos sem tostão foram vendendo os espaços e surgiu a Igrejolândia, ainda hoje ativa, recentemente batizada pela amiga MEC, que também me cedeu as fotos (embora o executor das mesmas seja o Mr Movie).
Mas como eu ouvi em um filme, life will find a way, veio a Petrobrás e a Lei Rouanet de incentivo à cultura. O Odéon continuou cinema, templo da sétima arte, só que menorzinho, e deu lugar a um delicioso Café european style, cuja panorâmica se pode apreciar na foto. O quadro com os acepipes, é uma lousa negra, com escritos a giz, mas ninguém iria imaginar, na época do Palácio Monroe e do Getúlio Vargas que se serviria tijelinha de moqueca de namorado, assim, impunemente, acompanhada de um sanduba com nome de um incrível personagem da Lapa dos anos 40, Madame Satã e sua travestice descarada. Mas isso já é assunto para o próximo post.
Meu carinho à MEC e ao Mr Movie que me deram o prazer da companhia e o pretexto desta diversão por escrito.
PS: Há muito melhor do que este aperitivo lá no LauroAntonio apresenta. As fotos e o texto dele dão orgulho de ser carioca.
Depois, com as obras do metro e com a degradação da vida das pessoas, e até talvez por causa do desemprego galopante causado pela "computadorização" dos bancos e outros serviços, os pivetes e contraventores, tomaram conta do espaço da "terra do cinema" em frente à Baía de Guanabara. Consequência (viram que aboli o trema?): os cinemas da cinelândia foram ficando desertos e seus donos sem tostão foram vendendo os espaços e surgiu a Igrejolândia, ainda hoje ativa, recentemente batizada pela amiga MEC, que também me cedeu as fotos (embora o executor das mesmas seja o Mr Movie).
Mas como eu ouvi em um filme, life will find a way, veio a Petrobrás e a Lei Rouanet de incentivo à cultura. O Odéon continuou cinema, templo da sétima arte, só que menorzinho, e deu lugar a um delicioso Café european style, cuja panorâmica se pode apreciar na foto. O quadro com os acepipes, é uma lousa negra, com escritos a giz, mas ninguém iria imaginar, na época do Palácio Monroe e do Getúlio Vargas que se serviria tijelinha de moqueca de namorado, assim, impunemente, acompanhada de um sanduba com nome de um incrível personagem da Lapa dos anos 40, Madame Satã e sua travestice descarada. Mas isso já é assunto para o próximo post.
Meu carinho à MEC e ao Mr Movie que me deram o prazer da companhia e o pretexto desta diversão por escrito.
PS: Há muito melhor do que este aperitivo lá no LauroAntonio apresenta. As fotos e o texto dele dão orgulho de ser carioca.